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Archive for julho \31\+00:00 2009

São perdigotos os dias pretéritos

quando interrogados

cospem-nos na cara

E seja lá o que foram

seus nervos já não têm a energia do presente

e seus resquícios de saliva

mostram apenas o farelo

que deles fica

É grande

MAGNÂNIMA

nossa mais simples mentira

IMF

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escala humana

mi ecosistema es un mundo

cuya forma es un cuerpo de hombre

donde llegue todo lo que nadie recibe

habrá tanto de mí

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Um verso retorcido

cria suas raízes no muro

trepadeira que espia

do outro lado, por fim,

os primeiros 393km

de uma distância interiorana

que foi parar em Berlim

Não há caminho de volta

mas o fim o que é que encontra

senão o começo?

IMF

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UN BALLO IN MASCHERA

(Monserrat Caballé, ROH Convent Garden, 2 de janeiro de 1981)

Pouco tempo depois de estar no palco

quem sai? Pelo amor à personagem

torturada, ou quem sente a ameaça

de qualquer mal ao canto vulnerável?

(Madame Caballé is unwell veio

dizer alguém à boca de

cena interrompido o primeiro acto)

O amor e o canto são metades

iguais do ser da arte confundíveis

por quem o canto escuta não porém

pelo cantor, digo, também por

ele: a voz às vezes com a dor confunde

a sua natureza, então no palco fica

uma súbita pausa um som de morte

a incerteza do que viver seja

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El cantar de los pájaros,  al alba,

Cuando el tiempo es más tibio,

Alegres de vivir,  ya se desliza

Entre el sueño, y de gozo

Contagia a quien despierta al nuevo día.

Alegre sonrriendo a su juguete

Pobre y roto, en la puerta

De la casa juega solo el niñito

Consigo y,  en dichosa

Ignorancia,  goza de hallarse vivo.

El poeta,  sobre el papel soñando

Su poema inconcluso,

Hermoso le parece, goza y piensa

Con razón y locura

Que nada importa: existe su poema.

(Luis Cernuda)

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IN.

O que se sabe e o que não se sabe sobre uma mudança
É o que se deixa de herança

(Rodrigo de Souza Leão, 1968-2009)

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“A lâmpada é um olho

aberto

olho vazado

que corta a escuridão

gilete no risco da pele

o poema

que não vê a própria circunferência

do olho

a pálpebra de vidro

que se quebra

ao piscar.”

`

Álvaro Alves de Faria

in: O Azul Irremediável

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